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Quase 50% dos jovens paraenses entre 15 e 29 anos estão fora do mercado de trabalho. É o que revela um levantamento divulgado nesta terça-feira (10) pelo DIEESE/PA, com base nos dados do IBGE referentes ao último trimestre de 2024. Entre os que estão ocupados, a informalidade domina: 31,4% atuam sem carteira assinada e 19,2% trabalham por conta própria. Apenas 29,1% têm emprego formal.
O estudo indica que o Pará concentra o maior número absoluto de jovens ocupados da Região Norte — são 1,177 milhão — mas isso representa apenas 51,1% da juventude local, sinalizando um contingente expressivo de jovens fora da força de trabalho.
A maior parte dos jovens está nas faixas de 20 a 24 anos (33,9%) e 25 a 29 anos (32,2%). Cerca de 76% vive em áreas urbanas. Ainda assim, a dificuldade de inserção no mercado é um desafio constante.
Nilson Cortinhas, técnico em Agroindústria e estudante de Ciências Biológicas, relata a frustração: “As poucas vagas disponíveis são preenchidas por quem já tem contato dentro da empresa. E quando conseguimos, o salário não acompanha a qualificação”.
Além da informalidade, o levantamento também mostra baixa presença dos jovens no setor público (7,1%) e em cargos de empregador (2,2%). O trabalho doméstico representa apenas 1,3% da ocupação juvenil.
O DIEESE alerta para a urgência de políticas públicas voltadas à inclusão produtiva da juventude, com foco na formalização, acesso a direitos e combate à desigualdade de oportunidades por idade, gênero e território.
Nilson, que está prestes a concluir a graduação, planeja intensificar a busca por emprego assim que defender o TCC. “Quero um mercado onde a qualificação fale mais alto que o QI [quem indica]”, resume.