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Carreira não linear ganha espaço e desponta como tendência no mercado de trabalho

Carreira não linear ganha espaço e desponta como tendência no mercado de trabalho

A ideia de escolher uma profissão, especializar-se nela e permanecer na mesma área até a aposentadoria já não representa o modelo dominante de sucesso profissional. Em meio a transformações aceleradas, ganha força a chamada carreira não linear — marcada pela diversidade de experiências, pela mobilidade entre setores e pela valorização de habilidades adaptáveis.

Esse movimento está ligado a fatores sociais, econômicos e geracionais. De um lado, a perspectiva de aposentadoria cada vez mais distante — segundo o Banco Mundial, a idade mínima pode chegar a 78 anos até 2060. De outro, a forma como a Geração Z encara o trabalho: uma pesquisa da Deloitte (2024) mostrou que 86% desses jovens buscam propósito em suas atividades e 44% rejeitariam propostas de empresas que não compartilham de seus valores.

Para a psicóloga Renata Livramento, especialista em gestão de saúde corporativa, a mudança é reflexo tanto do avanço tecnológico quanto da forma de pensar das novas gerações. “A inteligência artificial e outras inovações aceleram o surgimento e o desaparecimento de profissões. Hoje, a carreira já não segue um caminho linear”, analisa.

Segundo a mentora executiva Leila Said, a principal diferença está na lógica de crescimento. “Na carreira tradicional, o sucesso se mede por promoções e cargos de liderança. Já na não linear, ele está na diversidade de experiências, na capacidade de transitar entre áreas e na aplicação do conhecimento em contextos variados.”

Entre as vantagens desse modelo estão o aprendizado contínuo, a ampliação de oportunidades e o fortalecimento de conexões profissionais. Por outro lado, a instabilidade e a necessidade de constante adaptação ainda são desafios — além da resistência de algumas empresas, que continuam a valorizar trajetórias lineares.

Para quem deseja seguir esse caminho, especialistas apontam algumas estratégias: investir em autoconhecimento, desenvolver habilidades diversas, manter-se em aprendizado constante e cultivar uma rede de contatos ampla. Mais do que estabilidade, a carreira não linear valoriza flexibilidade, criatividade e resiliência — características cada vez mais essenciais em um mercado de trabalho em constante transformação.