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Como a tecnologia está redesenhando o mercado de trabalho

Como a tecnologia está redesenhando o mercado de trabalho

A evolução tecnológica tem provocado mudanças profundas nos mais diversos setores da economia, transformando não apenas as formas de atuação profissional, mas também as competências exigidas para se destacar no mercado de trabalho contemporâneo.

Profissões antes inexistentes, como a de gestor de redes sociais, surgiram a partir das inovações recentes — e esse fenômeno tende a se intensificar com a adoção crescente da inteligência artificial (IA). Para o professor Marcos Blaque, coordenador de vestibulares e olimpíadas do Colégio Darwin, esse processo de transformação não é recente, mas parte de um movimento contínuo impulsionado pela tecnologia.

“A tecnologia já provocou alterações expressivas no mundo do trabalho. Áreas inteiras foram criadas a partir de novas demandas, como a gestão de redes sociais. Esse padrão se repetirá com a inteligência artificial e com inovações que sequer imaginamos hoje”, afirma o educador.


Diante desse cenário, muitos jovens se perguntam se o mais importante é dominar ferramentas específicas ou estar preparados para mudanças constantes. Na perspectiva de Blaque, a capacidade de adaptação se sobressai:

“Conhecer uma tecnologia é importante, mas ela se torna obsoleta tão rapidamente quanto se populariza. A chave da empregabilidade está na habilidade de aprender continuamente e se adaptar às transformações”, reforça.


A preocupação com os impactos da automação e da IA já se faz presente nas escolas. Segundo o professor, esse tema é recorrente entre os alunos, que começam a perceber que o sucesso profissional vai além do conhecimento técnico — exigindo também pensamento crítico, criatividade e capacidade para resolver problemas complexos.

Mesmo em regiões onde o acesso a cursos técnicos ou profissionalizantes ainda é limitado, há caminhos eficazes para o desenvolvimento de competências relevantes. Blaque destaca a aprendizagem baseada na resolução de problemas como uma estratégia pedagógica eficaz:

“O aluno aprende primeiro a pensar e a enfrentar desafios reais. Em seguida, com apoio da tecnologia, pode automatizar processos, otimizando tempo e produtividade”, explica.


Apesar de avanços locais, como o desempenho educacional de destaque do estado do Ceará, o professor alerta para a defasagem na qualificação profissional em âmbito nacional:


“Há uma lacuna significativa na formação da população, o que impede o preenchimento de vagas disponíveis e estimula a chamada ‘fuga de cérebros’. Muitos profissionais deixam o Brasil em busca de valorização e melhores oportunidades. Ainda enfrentamos um longo caminho para atender plenamente às demandas de um mercado cada vez mais tecnológico”, analisa.


Neste contexto, torna-se evidente que, mais do que acompanhar tendências, é essencial cultivar uma mentalidade de aprendizado contínuo. Em um mundo em constante transformação, a capacidade de se reinventar é o que garante não apenas a permanência no mercado, mas a oportunidade de protagonizar as mudanças.