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Cenário econômico global: mercado de trabalho aquecido, inflação instável e saldo externo positivo

Cenário econômico global: mercado de trabalho aquecido, inflação instável e saldo externo positivo

O mercado de trabalho continua forte, o que deve pressionar o Banco Central a manter a alta da Selic. Mesmo com sinais de desaceleração em alguns setores, indicadores do BC e da FGV mostram uma economia ainda resiliente. Em março, espera-se uma leve alta na taxa de desemprego (7,0%), mas o Caged deve registrar a criação de cerca de 250 mil vagas, reforçando o fôlego do mercado. Isso dificulta qualquer sinalização de fim próximo do ciclo de alta dos juros e pode manter o real valorizado, exigindo do BC uma postura ainda mais conservadora.

IGP-M pode ganhar peso na estratégia do Banco Central

Apesar da deflação nos atacados, a transmissão para o consumidor final é lenta e limitada. A expectativa de uma queda marginal de 0,08% em abril indica que a influência desinflacionária dos IGPs será curta. O BC terá de continuar vigilante, pois a inflação ainda pode surpreender para cima.

Contas públicas: melhora lenta, mas consistente

Março deve consolidar o quarto resultado primário positivo seguido. Espera-se um superávit de cerca de R$546 milhões, o que mantém o saldo em 12 meses positivo, embora em queda. A situação fiscal segue apertada, mas sem sinais de descontrole imediato.

Balança comercial: saldo forte ameniza o déficit externo

O superávit comercial de março, estimado em US$8,1 bilhões, deve puxar o déficit em transações correntes para baixo, para algo próximo de US$3,3 bilhões. Além disso, o forte ingresso de investimento estrangeiro (cerca de US$10 bilhões) reduz o risco de desequilíbrios externos no curto prazo.

EUA: emprego ainda forte, PIB em queda

Enquanto o mercado de trabalho pode seguir apresentando bons números no curto prazo, o PIB do primeiro trimestre deve mostrar contração de 0,4%. Isso pode aumentar a pressão política sobre o Federal Reserve, especialmente num ambiente pré-eleitoral.

Zona do Euro: volta da estagnação

As expectativas otimistas na Europa se dissipam. Indicadores de atividade e inflação mostram que a economia da Zona do Euro segue fraca. A Alemanha, motor do bloco, pode flertar com recessão técnica. Com isso, o BCE deve seguir cortando juros para tentar estimular o crescimento.