Notícias Novidades
O crescimento acelerado das atividades ligadas às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) tem aquecido o mercado de trabalho. No entanto, a falta de profissionais qualificados impulsiona parcerias entre instituições de ensino e empresas para atender à demanda crescente.
O compromisso das empresas com sustentabilidade e responsabilidade social já é um caminho sem volta. Para atender às expectativas dos consumidores e investidores, organizações têm buscado especialistas que ajudem a estruturar estratégias alinhadas a práticas sustentáveis, diversidade e inclusão.
Relatórios recentes indicam que carreiras relacionadas a ESG estão em expansão. Um levantamento do LinkedIn (2022-2024) apontou que cargos como engenheiro de segurança de processos e analista de sustentabilidade estão entre os que mais cresceram no período. Além disso, o relatório Futuro do Trabalho 2025, do Fórum Econômico Mundial, destaca que 63% dos trabalhadores priorizam empresas com políticas de diversidade, enquanto 41% esperam que as organizações se adaptem às mudanças climáticas.
A ascensão dos chamados “empregos verdes” tem impulsionado a busca por profissionais com habilidades sustentáveis. Entre as funções mais promissoras da área estão especialistas em veículos elétricos, engenheiros ambientais e engenheiros de energia renovável. Os salários são variados, indo de R$ 4 mil para analistas juniores até mais de R$ 20 mil para gerentes e diretores em multinacionais.
De acordo com o Guia de Salários 2025, da Robert Half, posições ligadas a ESG, como engenheiros ambientais e especialistas em EHS (saúde, meio ambiente e segurança), podem receber de R$ 8.850 a R$ 34.290 em empresas de grande porte. No setor financeiro, analistas de ESG podem ganhar até R$ 38.880.
A capacitação para atuar em ESG pode ocorrer de diversas formas, desde cursos técnicos até especializações em áreas ambientais e de governança. Universidades e escolas técnicas vêm ampliando suas ofertas para suprir a carência de profissionais preparados para essas funções.
Segundo Ana Cecília Petersen, especialista em carreiras da PUCRS, os candidatos estão mais criteriosos ao escolher onde trabalhar, priorizando empresas que valorizam sustentabilidade e diversidade. Essa mudança no comportamento dos profissionais reforça a necessidade de investimentos na formação de especialistas no setor.
Mesmo com desafios políticos e econômicos que podem influenciar o cenário global, especialistas garantem que a relevância de ESG continuará crescendo. Empresas listadas na bolsa, por exemplo, já percebem a importância de demonstrar um compromisso sólido com práticas ambientais e sociais para atrair investidores.
Grandes empresas têm investido na criação de setores internos voltados à sustentabilidade, enquanto outras optam por contratar consultorias especializadas. O Grupo Tramontina, por exemplo, estruturou um Núcleo de Sustentabilidade, liderado por engenheiros ambientais e civis, para centralizar iniciativas sustentáveis em suas fábricas.
Já empresas como a Rhama Analysis, de Porto Alegre, atuam como consultorias especializadas em ESG, oferecendo serviços que vão desde a gestão de recursos hídricos até a mitigação de impactos ambientais.
Além das áreas tradicionais de ESG, novas funções vêm ganhando destaque, como a de Chief Happiness Officer (CHO), ou diretor de felicidade. Essa posição visa melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e promover um ambiente de trabalho mais saudável. Com a recente inclusão da saúde mental na gestão de riscos das empresas, o papel do CHO tende a ganhar ainda mais relevância.
Paralelamente, cursos técnicos também estão se adaptando à realidade do mercado. Um exemplo é o curso de Biocombustíveis da Universidade de Passo Fundo (UPF), criado para atender à necessidade da indústria de energia renovável.
O cenário é claro: a sustentabilidade não é mais um diferencial, mas sim uma exigência do mercado. Empresas que investirem em profissionais qualificados e em práticas ESG estarão mais preparadas para o futuro.