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Dificuldades no acesso ao primeiro emprego: especialistas apontam três principais fatores

Dificuldades no acesso ao primeiro emprego: especialistas apontam três principais fatores

A entrada no mercado de trabalho tem se mostrado um obstáculo significativo para jovens em busca do primeiro emprego. Apesar da recente queda no número de jovens que não estudam nem trabalham — os chamados “nem-nem” — a taxa de desemprego entre esse público permanece elevada, chegando a 14,3%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgados pela Agência Brasil. A informalidade também é expressiva, atingindo 44% da juventude economicamente ativa.

De acordo com Mischa Fisher, economista da plataforma de educação Udemy, o atual cenário não reflete a realidade enfrentada por recém-formados: “As estatísticas de vagas e de desemprego muitas vezes ignoram a escassez de oportunidades para iniciantes.” Segundo ele, há uma lacuna preocupante entre a demanda por experiência e a ausência de oportunidades para que os jovens possam adquiri-la.

Uma pesquisa realizada pela plataforma de empregos Handshake mostra que 56% dos recém-formados se sentem pessimistas quanto ao início de suas carreiras, citando frustração com a falta de chances reais de inserção no mercado formal.

Especialistas entrevistados pela revista Fortune destacam três fatores principais que dificultam a entrada de jovens no mercado de trabalho:

  1. Baixa rotatividade de vagas: Menor movimentação de profissionais reduz a abertura de novas oportunidades para iniciantes.

  2. Incertezas econômicas: Em contextos como o dos Estados Unidos, a instabilidade política, como a possível volta de Donald Trump à presidência, provoca insegurança no setor empresarial.

  3. Avanço da Inteligência Artificial: A automação de tarefas operacionais — tradicionalmente destinadas a jovens em início de carreira — limita as oportunidades de aprendizado e experiência prática.

Apesar dos desafios, especialistas reforçam que conquistar o primeiro emprego continua sendo possível. Estratégias como diversificar os canais de busca, fortalecer o networking com professores e colegas, e buscar indicações de oportunidades podem aumentar as chances de inserção no mercado.


A situação atual reforça a necessidade de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas à qualificação e inclusão produtiva dos jovens, garantindo a esse grupo acesso digno e estruturado ao mercado de trabalho formal.