O mercado de trabalho do Rio Grande do Sul registrou estabilidade no primeiro trimestre de 2025, segundo a mais recente edição do Boletim de Trabalho, publicada pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). A taxa de desocupação no período foi de 5,3%, refletindo o comportamento sazonal também observado em nível nacional.

A força de trabalho no estado apresentou taxa de participação de 66,5% e nível de ocupação de 63%. Em comparação ao mesmo período de 2024, os indicadores se mantiveram estáveis, ao contrário de outras unidades da federação, onde houve variações pontuais.

Emprego formal em expansão

Entre abril de 2024 e abril de 2025, o estado registrou a criação de 69,5 mil vínculos formais, representando um aumento de 2,4%. O setor de serviços liderou o crescimento, respondendo por 57,4% das novas vagas, enquanto a construção civil teve o maior avanço proporcional, com alta de 3,8%. A indústria, por sua vez, iniciou uma recuperação gradual, com crescimento de 1,7%.

O principal destaque do período foi o aumento da empregabilidade entre jovens de 18 a 24 anos, responsáveis por mais de 70% das novas contratações. As mulheres ocuparam 62,8% das vagas criadas, com presença significativa também em setores tradicionalmente masculinos, como o industrial.

Informalidade e rendimento permanecem estáveis

A taxa de informalidade no Rio Grande do Sul foi de 31,2%, permanecendo como a quinta menor entre os estados brasileiros. O número de trabalhadores informais chegou a 1,88 milhão, com redução de 3,4% em relação ao trimestre anterior.

O rendimento médio real habitual dos ocupados ficou em R$ 3.770, valor estável frente ao trimestre anterior, mas com alta de 6,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2024 — o maior patamar desde o início da série histórica da PNAD Contínua. A massa de rendimentos também cresceu 9,1% no ano, impulsionada tanto pelo aumento dos salários quanto pela expansão do número de ocupados.

Perfil etário dos novos empregos

A geração de empregos formais concentrou-se principalmente entre os trabalhadores mais jovens. Faixas etárias acima dos 30 anos apresentaram saldos negativos, enquanto menores de 24 anos acumularam os maiores ganhos.

Entre os menores de idade (até 17 anos), o setor de mercados e hipermercados foi o maior empregador. Já na faixa de 18 a 24 anos, os principais segmentos foram atendimento hospitalar, transporte de cargas e comércio farmacêutico.

Destaques regionais

Todas as nove regiões funcionais do Rio Grande do Sul apresentaram crescimento no número de empregos formais nos últimos 12 meses. A Região Funcional 9 (Norte do estado) teve o maior avanço, com 5,4%, seguida pela Região Funcional 4 (Litoral Norte), com 3%. O comércio e os serviços apresentaram crescimento em todas as regiões analisadas.