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O mercado de trabalho está em constante transformação, impulsionado por mudanças sociais, novas exigências econômicas e o avanço tecnológico. O modelo tradicional, baseado em hierarquias rígidas e jornadas fixas, está dando lugar a uma nova realidade, que exige mais flexibilidade tanto de empresas quanto de profissionais.
De acordo com levantamentos do Manpower Group Brasil, os próximos anos serão marcados por grandes mudanças: cerca de 69 milhões de novos postos de trabalho devem surgir, enquanto 83 milhões tendem a desaparecer. As habilidades mais valorizadas também vão mudar — estima-se que, até 2030, metade das competências exigidas hoje serão diferentes das de 2016.
Para Vera Mattos, vice-presidente da ABRH-PR e pesquisadora do tema, acompanhar essas tendências e desafios é essencial para construir um futuro do trabalho mais sustentável e eficiente. “Adaptar-se é fundamental para se manter relevante em um cenário em constante transformação”, afirma.
Tanto empresas quanto profissionais precisam se preparar para um mercado mais ágil e complexo, onde a capacidade de se adaptar será cada vez mais importante.
Entre os principais temas que devem moldar esse novo cenário, Vera destaca o envelhecimento da população, a valorização da ética e da transparência, a busca por aprendizado contínuo, a parceria entre humanos e máquinas e o bem-estar integrado no ambiente de trabalho.
“Hoje já temos até quatro gerações convivendo nas organizações, e em breve serão cinco — um verdadeiro choque de gerações. Por isso, precisamos ser aprendizes ao longo da vida. Com 42% da força de trabalho atual mudando suas habilidades principais, aprender continuamente é mais do que um diferencial: é uma necessidade”, explica.
A tecnologia, segundo Vera, será um fator decisivo: qualquer empresa que quiser sobreviver precisará se transformar digitalmente ou, no mínimo, incorporar soluções tecnológicas em sua rotina. Nesse novo contexto, humanos e máquinas vão trabalhar lado a lado. A expectativa é que, já em 2025, ambos compartilhem a mesma carga de trabalho, transformando radicalmente as relações profissionais.
Mas essas mudanças precisam acontecer com base em valores sólidos. Em tempos de digitalização e acesso facilitado à informação, as empresas estão mais expostas. Transparência e responsabilidade (o chamado accountability) são exigências cada vez mais presentes.
Por fim, Vera reforça que o bem-estar deve estar no centro de tudo. A integração entre saúde, tecnologia e gestão de pessoas será essencial para garantir ambientes mais saudáveis e produtivos. “Não dá mais para separar a gestão de pessoas da gestão de projetos ou da tecnologia — tudo precisa caminhar junto.”